A história do álbum Amor Bongô é particularmente curiosa.

Patrícia Secchis é nossa amiga, cantora e compositora (fez backing vocals em Salsa Samba Groove) e trabalha há tempos com música brasileira.

Certo dia, ela apareceu em minha casa afirmando que iria gravar um álbum de música latina.

Tenho um pequeno estúdio caseiro, com um piano de armário; e nessa época o pianista cubano Pepe Cisneros passava uns dias hospedado comigo.

Então Patrícia e Pepe começaram a criar canções latinas românticas, uma após a outra, e eu de vez em quando passava por ali dando uns palpites e ajudando em algumas letras.

Quando tínhamos aproximadamente doze canções, Patrícia marcou alguns horários de estúdio, e os nossos músicos da orquestra HB gravaram as bases, tudo na base da amizade.

O tempo foi passando, e Patrícia foi enveredando por diversos trabalhos no ramo da música, cantando coisas distintas e produzindo encontros musicais diversos.

Certo dia tocou o telefone em casa, era a Patrícia que me falou bastante diretamente: “não vou completar o disco, não quero mais cantar salsa, meu negócio é pop com sotaque brasileiro.

Fiquei de péssimo humor, pois criei carinho pelo trabalho e não queria aborta-lo.

Nosso trabalho anterior é Salsa Samba Groove, bastante barroco, intrincado.

Pela primeira vez na vida, me envolvi com canções de amor explícito.