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Agô
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Oxaguian
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| Em novembro de 2001 fui à Cuba com um
grupo de brasileiros para participar de um festival de cultura afro chamado
"Wemilere". No grupo estavam os ogãns (praticantes do candomblés
que sabem cantar e tocar os tambores para os orixás) Sapopemba e Valdemar
Pereira, o violonista e arranjador Dino Barioni, o percussionista Ari
Colares e o compositor baiano Gerônimo. Já saímos daqui com a idéia de
gravar esse álbum, que passou a ser nossa grande paixão artística. Nós
sabíamos que em Cuba cultua-se os mesmos orixás, e que os cantos dedicados
a eles são semelhantes porém diferentes da sua manifestação no Brasil;
pois históricamente temos as mesmas raízes Iorubá. Tínhamos a idéia de,
através da música reunir uma tradição que foi apartada por prática
deliberada da maior vergonha da civilização ocidental: a escravidão. Escolhemos
aqui diversos ritmos e cantos de terreiro, e começamos a tratá-los como
canção, colocando harmonia nesses temas que, na tradição africana, são
repetidos há seculos apenas com voz e percussão. Não quisemos fazer
apenas um registro antropológico, e trouxemos esse repertório para a nossa
vivência musical que inclui as influências do jazz. Chegamos em Havana,
fomos para o estúdio de Pablo Milanes junto com jovens e fantásticos músicos
cubanos; conhecedores dos ritmos e cantos da santeria. Ali misturamos
tudo e processo foi o tempo todo marcado pela emoção desse reencontro
aparentemente óbvio mas que nunca havia sido devidamente promovido! O
resultado é lindo: são 11 faixas dedicadas a diversos orixás; algumas
delas contando com a participção de Teresa X; cantora do grupo folclórico
nacional de Cuba. Outras 3 faixas foram produzidas em Salvador, por Carlinhos
Brown, com a participação do grupo do terreiro de Seu Caramba e dos tecladistas
cubanos Pepe Cisneros e Yaniel Mattos. |
© 2002, Guga Stroeter
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