Cauby Peixoto

Canta Sinatra

 

Alguém que olhe por mim
(com Gal Costa e Orquestra HB)

Esse álbum “Cauby canta Sinatra”, gravado em 1995, foi um privilégio do qual nós, músicos da orquestra HB, tivemos a oportunidade de usufruir. O disco foi produzido por José Maurício Machline, e a direção musical executiva, ficou por conta desse incrível cantor Zéluiz.

A idéia partiu do Zé Maurício, que sempre transitou com muita liberdade em todos os segmentos da MPB. Na época, ele já nos conhecia bem de alguns trabalhos, pois fomos por ele e por José Possi convidados para compor a orquestra base de acompanhamento de diversos artistas que participaram da cerimônia/show do Prêmio Sharp de Música Brasileira.

Poucas vezes tivemos condição tão ideal de trabalho: ensaios e gravações bem pagos, ótimos estúdios, piano e técnicos; tranqüilidade e liberdade para escrever os arranjos...

Mais gratificante ainda foi a atmosfera de todo o empreendimento, pois o cotidiano com Zéluiz era sempre prazeiroso, devido a sua personalidade generosa e sua musicalidade ímpar.

Somou-se a essa circunstância a figura única de Cauby. Poucas pessoas são mais carismáticas e queridas do que Cauby em toda história da MPB. Constatemos: no meio artístico, onde, como em qualquer agrupamento humano, existem boatos e rivalidades, nunca alguém jamais ouviu alguma palavra contra Cauby! E isso porque também nunca ninguém jamais ouviu de Cauby uma indelicadeza...

Além da orquestra HB, pudemos contar com a arregimentação de cordas, que garantiram a grandiloqüência cinematográfica da produção. Na ocasião, nosso pianista titular, Jether Garotti Jr., estava em turnê com Zizi Possi, e assim tivemos uma participação especial do pianista porto-riquenho Edsel Gómez, um dos maiores virtuoses da cena jazzística mundial. A idéia de associar Cauby como uma metáfora de um “Sinatra brasileiro” é pertinente, pois ele atravessa décadas como uma das grandes vozes masculinas remanescentes de um período em que os cantores eram interpretes dissociados da figura de compositor. Mas eu diria mais: Cauby tem algo do “Michael Jackson brasileiro”. Não do Michael Jackson que freqüenta os tribunais, mas do ídolo pop querido de diversas gerações. Pois Cauby, nos anos 50, talvez tenha sido o primeiro artista lançado com esse espírito de mega-ídolo; causando a histeria das meninas onde quer que estivesse, e cativando a todos com seu fascínio pessoal.

Nós, da orquestra HB, não participamos diretamente das sessões de gravação das grandes vozes da música brasileira e internacional que dividiram o microfone com Cauby. Eu estive, sim, na técnica como espectador, acompanhando esse processo quando ocorreu em São Paulo, em três ou quatro ocasiões.

O álbum teve vida própria, chegando a tocar nas rádios de programação diferenciada.

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